sábado, 16 de fevereiro de 2013

Como o sistema nos controla,
Nos leva em pés de algodão,
Nos engana e nos enrola
Com uma chiibata na mão

É como a abelha que dá mel
e nos espeta o ferrão
Anestesia a consciência
E nos congela o coração

Chama-se a isso inocência
Viver apenas de aparência
Pendemos identidade,
Humildade resistência

E enforcamos com cordel
Os que heranças nobres nos deixaram
E que por nós acreditaram
Na justiça na liberdade

Numa possivel felicidade
Uma realidade de igualdade
Sem perconceitos, defeitos ou eleitos
Enquanto não estivermos juntos, estamos desfeitos.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

 Aqueles dias de sol, aqueles em que as lembranças de criança surgem de um passado adormecido para me despertar para a realidade do ser-se livre e feliz.
Vou-me transportando pelos dias, percorrendo por entre as horas, procurando, vou tentando conseguir e por vezes consigo.
Tenho sonhos, coisas que ficam para trás, o passa e o futuro não existem e eu quero ser.
Trabalho-me, empenho-me, exponho-me, não dou água a sementes podres, mantenho tudo arrumado para uma festa que nunca se dá.
Pacientemente espero, enquanto não vem o verão, hiberno e quando ele vem só acordo quando termina, estou eternamente anestesiado.
A realidade existe, a minha própria e única realidade esta em que me enclausuro onde me vou deixando estar por não estar completamente parado ou estaria morto.
Frustrante é ter uma máquina que marca duzentos quilómetros por hora mas anda sempre a vinte, faça chuva ou faça sol.
Vou-me cansando para conseguir dormir, pois se assim não o fizesse não sei como aguentaria pensar, pensar, pensar, pensar, pensar. Seria mais fácil ser-se cão ou então permanecer criança para sempre.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O grafiti risca a folha branca, risca deixando rasto, que por mais que apagado seja, na folha fica a sua marca. Assim é o passado a presença de uma passagem.
Eu não escolho por onde passo,
antes a vida me escolhe a mim,
Dá-me chave e alicate, ou então faz-me parafuso,
E as coisas já estão feitas assim.
Tanta gente, gente e mais gente,
Que ainda ontem de cá saiu e que hoje por cá estará, assim Deus o queira.
Hoje eu digo-te como foi. E amanha, amanha o que dirás? Direi o que a mim um dia disseram, por respeito e tradição, mas acrescentarei um pouco para mostrar ter aprendido a lição.
Assim testemunhando e construindo, lendo, vendo, vivendo, refletindo, e outras coisas que as palavras nunca dirão. Por impulsos, por crenças, por desejos, por medos, por todos os sentimentos reprimidos, oprimidos por julgamentos, num tempo onde já nem o ceu é o limite. Para onde nos fugiu o entendimento… E as mentiras? E as verdades? Até quando vão ser precisas para nos guiar, para nos proteger…De quê? Dos outros com quem quero falar e não falo nem sem bem porquê.
Já conheci muitos e dos muitos que conheci… Quantos números são eles? Quanto deles é que são números?
Quantos estilos, marcas, cores e feitios gostáva eu de conhecer? Vou onde a vida me levar.
A ampulheta está partida de lá de dentro soltou-se a areia, que deixou de ser medida, e o tempo se desfez, nunca mais vais ser minuto outra vez, mas que caus, já não posso dormir sem saber quando acordar.
Imprevistos, improvisos, importunos.
Dispenso o indispensável, o dinheiro está-se a partir como vou dormir, sem saber quando acordar.
Como posso saber o que é, o que foi, ou o que será? A não ser que a mim minta e nessas mentiras acredite, feixe os olhos desvie a atenção. Perco a luz da razão, entro na escuridão, num labirinto sem saída do qual nunca sairei,
mesmo tendo sido eu que o criei.